segunda-feira, 30 de junho de 2008

Rumo ao Rio a bordo do Brisa-Sul.

30/06:

Foi um grande prazer acompanhar meus amigos Augusto e Sílvia, de Ubatuba até o Rio de Janeiro. Como sempre me senti muito a vontade com eles.
Segui de ônibus para Ubatuba junto com a Sílvia, pois o Augusto já estava lá finalizando os preparativos para a viagem. Chegamos em Caraguá a noite, pouco antes das 22:00 h. O que por uns minutos, não nos permitiu fazer as compras para a saída durante a madrugada.
O jeito foi sair na manhã de sábado. Assim conseguimos zarpar as 11:30h, com o leve vento leste soprando na cara.
Mestra em cima, motor ligado, lá vamos nós. Eu, Augusto, Daniel (filho do Augusto) e a Sílvia.

Minha previsão é que gastaríamos umas 25 horas no máximo. Mas errei!
No través da Ilha de Couves o leste começou a apertar. Virou uma lestada mais intensa. O Augusto resolveu abrir a genoa e mudar o rumo para ESE para tentar ganhar velocidade e avanço. Nos afastamos umas 10 milhas da costa. Na linha da Ponta Negra fizemos um bordo para tentar chegar velejando até a altura da Joatinga. Mas o vento apertou. O negócio foi acelerar o motor com mais uns RPMs e seguir o rumo do RJ.
A noite chegou e o vento não cessou, conforme eu achava. Desta vez não desligaram o ventilador às 17:00 hs como de costume.
A bateção foi total. O Daniel começou a passar mal e não mais melhorou, até a chegada no RJ. Aliás só eu não fiquei mal. O Augusto estava bem, até tomar um banho de diesel na hora de reabastecer o tanque principal.
Avançávamos 2,5 - 3 nós em média. Passamos umas 11 horas apanhando do vento e do mar. Augusto e Eu nos revezamos durante a noite para conduzir o Brisa. A cada pancada era uma lavada.
Quando amanheceu, decidimos seguir rumo a Ilha Grande, pois eu teria um compromisso na segunda-feira em SP (uma entrevista para um emprego). Naquelas condições não teríamos tempo nem diesel para alcançar o RJ.
O melhor do amanhecer foi a pescaria. Eu havia lançado uma iscar artificial desde Ubatuba. Ainda na penumbra da noite, com o sol ainda escondido atrás do horizonte, percebi que as gaivotas estavam mergulhando para capturar seu café da manhã. Pensei comigo: - Aí tem peixinhos! Se tem peixinhos tem peixões na caça. Dito e feito! Não deu cinco minutos para que o molinete começasse a cantar. Quando consegui pegar a vara para recolher o carretel estava como apenas umas voltinhas de linha. Aí foi legal. Recolher aquele peixe foi uma grande emoção. O danado fez uma força impressionante. Fiquei com os braços cansados de enrolar e puxar toda aquela linha. Quando o bicho chegou próximo do barco, pensei que a vara iria quebrar. Virou um "U". Que vigor que tem este bicho! Quando ele apareceu na flor d`água, deu para ver que era um dourado.

Estimei que ele tivesse uns 3,5 a 4 Kg. (Só na segunda-feira soube que tinha 3 Kg).

Lindo animal! Deu vontade de devolver, mas perdemos muito tempo para tirar o anzol dele e acho que com isto ele não aguentaria se recuperar no mar. Vamos comê-lo então!!

Conseguimos velejar na direção da Ilha Grande em orça forçada. Quando chegamos mais próximos da ponta da Marambaia, percebemos que o vento havia rodado para N/NE com menor intensidade, permitindo que nós seguíssemos para o RJ com uma boa velocidade (4,5 - 5 nós). Decidimos então persistir na viagem direta para o RJ. Além do mais, deixar o barco em Angra seria uma alternativa muito complicada para re-ajustar nossa logística de viagem.
Com as novas condições tínhamos um ETA previsto para às 18:00h do domingo. Ótimo!!!
Por volta das 16:00h estávamos chegando na praia do Recreio, no final da Barra da Tijuca.

Foi a primeira vez que eu havia chegado durante o dia no RJ. Já havia navegado lá mas saindo do RJ. De qualquer forma, chegando ou saindo, o Rio de Janeiro é realmente maravilhoso!

Assistimos o pôr do sol de camarote, olhando a cidade maravilhosa escondendo o sol lentamente, atrás daquela paisagem.

O sol passou bem atrás do Cristo Redentor e mergulhou no oeste, deixando saudades daquele momento mágico.

A chegada no Iate Clube do Rio de Janeiro foi às 18:30 h. 31 horas depois da partida de Ubatuba.

Papai do Céu, mais uma vez obrigado pela sua proteção. Obrigado pelos bons pensamentos que estiveram presente em minha mente durante toda viagem, enchendo meu coração de sentimentos de paz e de amor.

Bons Ventos.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Tukurá reparado!

20/06:

Finalmente consegui finalizar os trabalhos no Tukurá.

Como é difícil conduzir as coisas com o mão-de-obra no litoral!
Não posso dizer que eles estejam errados quanto ao ritmo de vida. Mas com respeito ao comprometimento, posso me queixar de todos.
Se não for aos olhos do dono o boi não engorda, tampouco os barcos navegam.

Além do reforço do cavername, o Tukurá recebeu alguns agrados. Substituí as espumas de todas camas e sofás (Agora é ortopédico. Acho que vou ter que colocar uma camada adicional de espuma mais macia. Ficou uma tábua!). Instalei uma bateria 150 Ah para alimentar exclusivamente os itens de serviço (iluminação, instrumentos, bombas d`água, rádio, TV...). Para manter esta bateria carregada, foi instalado uma pequena plana sonar de 10W com um controlador de carga. Desta forma espero conseguir recarregar a bateria após um final de semana de uso. Também instalei uma antena de TV e uma luz de ancoragem (de LEDs) no tope do mastro.
O reparo em uma das caixas de água não resolveu o problema de vazamento. Vamos ter que refazer o serviço, para eliminar este vazamento que ocorre quando o tanque está cheio. Vamos ver se o cara da fibra honra o compromisso!!

No mais, agora é só velejar. Isto é que é difícil!

Bons Ventos.