Não sou velejador de regatas, mas não podia deixar para trás a desculpa de querer assistir a última prova da Semana de Vela de Ilhabela.Saí pela manhã de Ubatuba, como sempre sozinho, para um bate-volta para Ilhabela. Meu objetivo era de chegar lá na raia da regata, antes do início da prova.Me atrasei para a partida, porque tive que fazer um reparo no escapamento do barco. Foi necessário trocar uma abraçadeira do silencioso que havia enferrujado e quebrado.Serviço terminado, vesti o impermeável, ligue o motor e cai fora. Motorando é lógico.A previsão meteorológica era de chuva o dia todo. Porém com o mar calmo e pouco vento.Depois que passei pela Ilha do Mar Virado, encontrei um pingüim morto boiando junto com uns detritos. Me aproximei para ver se era mesmo um pingüim.
Infelizmente não foi o único pingüim que encontrei. Depois deste cruzei com mais dois outros mortos.
Soube pelos noticiários da TV que uma correnteza fria e forte trouxe vários pingüins para o litoral de São Paulo, mas infelizmente eles não resistiram a viajem e ao frio.Então cruzei com mais um deles. Este por sua vez estava vivo. Muito cansado e fraco. Dava para perceber que ele estava nas últimas.
Tentei resgatá-lo, mas não consegui. Toda vez que eu tentar me aproximar, ele mergulhava para baixo do barco. Desisti, pois sozinho não dava para controlar o barco e alcançar o bichinho. Se eu tivesse um daqueles puçás de pesca, daria certo. Não quis arriscar abandonar o barco e utilizar o bote para “correr” atrás do pingüim.
Deixei o bichinho a deriva, contando com a própria sorte! Tomara que ele seja um vencedor e tenha sobrevivido.
Me atrasei para a chegada no local da regata. Dei sorte, porque a largada também havia atrasada.
Tentei ficar em um local que não atrapalhasse os competidores. E que competidores! Os barcos de ponta são hi-tech e os caras estão lá profissionalmente. Imagine um Mané atrapalhar uma disputa destas.
Os barcos velejam muito rápido. Levei um susto com a velocidade com que eles se aproximaram de mim. Acelerei o motor e caí fora da raia.
Me posicionei próximo de uma das bóias. Teu para ficar assistindo o espetáculo na área VIP.
Iniciei o retorno para Ubatuba, mesmo antes que a prova terminasse. Já estava satisfeito de regata. O importante era a viajem Ubatuba-Ilhabela-Ubatuba.
Aproveitei o ventinho favorável e icei velas.
Que delícia velejar! Que paz que é ouvir o vento passando pelas velas e o barulho da água batendo no casco. Bom, agora tem também o barulho do gerador eólico. Que não parou de funcionar durante a velejada.
Depois de umas 4 horas de viajem de retorno, cheguei no Saco da Ribeira ainda com a luz do dia.
Missão cumprida.
Bons Ventos.