Convidado pelo Augusto e Sílvia, não pude deixar de embarcar no Brisa-Sul, para fazer uma viagem que a muito tempo eu desejava. Fazer a travessia Búzios - Vitória-ES sempre foi meu objetivo. Ainda não foi desta vez que o Tukurá navegou por aquelas águas, mas eu tive a oportunidade de acompanhar o Augusto neste trajeto. Em Maio de 2007, fui com o Tukurá até Búzios. Naquela oportunidade o Augusto e a Sílvia me acompanharam.
Cheguei em Búzios no dia 22/07. Fui direto para o Iate Clube Armação de Búzios. Os 50 barcos do Costa Leste - CCL estavam lá nas poitas querendo ser arrancados pela forte lestada que soprava forte desde a noite passada (Há quem diga que durante a noite bateu nos 40 nós!).
Além do Augusto e da Sílvia, estavam o Deivid, Allan e sua namorada. O Deivid foi embora logo depois da minha chegada. Ele fez a travessia Rio-Búzios. O Daniel, irmão do Deivid, chegou depois para continuar a viagem conosco.
Os dias em Búzios foram sempre ensolarados. O pessoal do CCL se reunia toda manhã para discutir e decidir sobre a largada para Vitória.
Organizaram um churrasquinho para confraternizar o pessoal.O final da tarde foi um presente de Deus.
Encontrei o Alberto e a Rô do Dona Rô e o Sergio e Jonas do Fandango (estavam como tripulantes do RedBoy).
Tivemos que esperar a entrada de uma frente fria para zarpar de Búzios. Na quarta o vento virou e soprou um SW durante todo o dia. Mas o comodoro do CCL, Janjâo, não quis sair, pois a previsão era de que o vento viraria novamente para NE. E assim aconteceu.
A saída foi às 22:00 hs da quinta-feira, dia 24. Zarpamos com um NE na cara.
A saída foi às 22:00 hs da quinta-feira, dia 24. Zarpamos com um NE na cara.
Motoramos durante umas 20 horas, até virar o Cabo de São Tomé. O barco batia muito, pois as ondas estavam um pouco altas. Não passávamos de 4 nós de velocidade. Tentamos velejar, mas não deu para enfrentar o forte vento contra.
Quando estávamos a umas 10 milhas do Cabo de São Tomé, já na tarde da sexta-feira, levamos o maior susto. Eu estava dormindo, quando o Augusto chamou preocupado. Um barco de pesca, começou nos seguir. Os caras davam sinal para que agente parasse. Dei sinal para o comandante do barco falar pelo rádio VHF. Mas ele não aceitou. Continuou investindo para cima do Brisa. O Augusto fazia umas manobras fugindo deles. Chamei o pessoal do cruzeiro no rádio. Pedi informações dos que já haviam passado por aquela região, para saber se alguém foi interceptado por aquele barco. O Toriba, comodoro da nossa flotilha, falou que não soube de nada. O Toriba falou no ar, que não nos preocupássemos, pois estávamos em 50 barcos e se fosse necessário apareceria socorro. Coincidência ou não os barco parou de nos seguir.
No final do dia 25, após 20 horas de motorada o vento SW apareceu. Virou e soprou por volta de 18 a 20 nós à nosso favor.
O Brisa estava armado com a mestra. Velejamos só com a mestra até de madrugada. Ficamos com receio de um Jibe involuntário. Esta manobra é perigosa, pois a vela passa de um lado para outro, subitamente, e pode danificar o barco ou até mesmo acertar alguém. Então baixamos a mestra e abrimos a genoa.
Eu estava muito ruim da garganta, pois havia passado o maior frio na noite passada. E na segunda noite de navegação foi ainda mais fria com aquele vento vindo do sul.
No sábado, dia 26, pela manhã, começamos a se aproximar de outros barcos. Chegamos bem perto do Tuareg. Veleiro de aço que fica em Paraty. Um pouco antes vi uma baleia mergulhando, mostrando o rabo. Chamei a tripulação para ver, mas ela não apareceu mais. Quase que eu provoquei um acidente. Foi hilário ver a Sílvia e o Augusto pulando da cama correndo, patinando e tentando passar juntos naquela portinha do barco.
Passei por mentiroso, até que uma outra baleia apareceu bem próximo do Tuareg. Ele passou pelo lado do Tuareg e reapareceu na proa. Minhas fotos não ficaram muito boas, mas não vou deixar de mostrar, né?
Quando estamos navegando longe da costa e de outras embarcações, perdemos a noção da altura das ondas. Quando nos aproximamos do Tuareg, pudemos ver o quanto as ondas estavam altas. Não era de se assustar, mas sim de apreciar o movimento das águas.
Encontramos muitos navios e embarcações de pesca durante o trajeto. A chegada em Vitória é sempre feita com atenção, devido ao tráfego de navios e rebocadores.
Desde nossa saída de Búzios não víamos terra. Navegamos entre 10 a 20 milha (18 a 35 Km) da costa. Ao se aproximar de Vitória avistamos Vila Velha.
Em seguida avistamos a cidade de Vitória. Suas ilhas, pedras, prédios e a ponte que liga Vitória à Vila Velha.
No domingo pela manhã me despedi do pessoal e voltei para São Paulo.
Valeu a experiência. Espero que a próxima seja de Tukurá!
Bons ventos.
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