quarta-feira, 9 de maio de 2007

Arraial - Búzios com Sudoeste

Dia 09/05:
Acordamos com uma frente fria muito forte. Vento muito forte e tempo chuvoso.

Decidimos sair para o mar aberto e ver se dava para seguir rumo a Búzios. Às 10:30 hs, fizemos uma primeira tentativa. Mas não deu coragem. O mar estava grosso e o vento varrendo tudo. Saía até “poeira” d´água. Voltamos , mas desta vez para a baía do Cherne, local onde parecia ser abrigado, olhando-se pela carta náutica. Na verdade o local é bem fechado, mas o fundo não era bom para a ancoragem.
Esperamos lá com o motor ligado, até que o vento desse uma acalmada. Então o Capitão (que vos escreve) e o Sub-comandante Augusto, decidiram partir para Búzios, naquelas condições.
Armamos o Tukurá apenas com um pedacinho da genoa (vela dianteira) e saímos com um vento de popa e ondas de través ( de lado). No início, a coisa parecia preta. O barco jogava pra lá e pra cá. O vento assobiava e as ondas não perdoavam o pobre Tukurá. O enrolador da vela genoa não funcionou, então o Augusto teve que ir até a proa para ajustar o melhor tamanho da vela.


Encontrado o melhor ajuste, passamos a navegar melhor e ganhamos mais confiança no barco e em nós mesmos.

A chuva vinha e parava, vinha e parava. Cada vez que chovia o vento apertava.


A Sílvia agüentou um bom tempo dentro da cabine. Mas com aquelas condições, teve que ficar do lado fora. Pegou o balde mas não usou!






O Augusto ia só curtindo a velejada.



A altura das ondas foi estimada pelos tripulantes em 3 a 4 metros. Eu não sei, nem olhei para trás, para não ficar com mais medo ainda.



Foi bom para Sílvia sair da cabine, pois ela melhorou rapidamente e passou a me ajudar na navegação. Ela ia narrando como o mar se formava nas minhas costas. Eu não conseguia ficar olhando para trás, por dois motivos. Eu perdia o controle do leme, toda vez que me levantava para olhar pra trás e ficava assustado com as ondas enormes que alcançavam o barco. A narração da Sílvia... Essa é grande... Olha essa que enorme... Vai nos pegar por trás... Segura que esta vem quebrando... Foi um barato!

Bati todos os meus recordes com o Tukurá. O vento chegava nas rajadas aos 30 nós (55 Km/h), o Tukurá descia as ondas a 9 nós (17 Km/h) de velocidade. Foi uma grande experiência.

Chegamos em búzios no final da tarde. Resolvemos ancorar na Praia de João Fernades, pois lá se encontravam ancorados alguns barcos de pescas.
O vento soprou forte durante toda noite. Não deu para dormir direito, pois a todo tempo tive que verificar se a âncora não correu (garrou, no vocabulário náutico).

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