26/12/2010
As contribuições dos colegas e das pessoas que embarcaram nesta ideia da
ação de Natal, foram suficientes para presentear as crianças da Ilha de Búzios e também para as
crianças da Praia Grande do
Bonete.
As condições do mar não permitiram realizar a entrega antes do Natal. Infelizmente os finais de semana que antecederam o Natal foram chuvosos e com ressaca. Com isto não pude
atuar como o Papai
Noel aprendiz deste ano.
Aproveitamos a bonita manhã do dia 26 para navegar até o
Bonete. A Praia do
Bonete fica isolada , com acesso apenas pelo mar ou por uma trilha que sai da Praia da
Lagoinha em
Ubatuba.
Através do apoio da Secretaria da Educação de
Ubatuba, em especial ao Sr.
Luizito e da Prof. Ana Rosa, consegui as informações sobre as crianças do local.
Parece simples, mas conseguir informações precisas não é fácil. Foram muitas ligações e e-mails buscando saber quantas famílias e crianças vivem no local. Foi por causa da falta de informações, que eu não consegui realizar a entrega de presentes e cestas na Ilha da Vitória.
A tripulação deste dia foi a minha esposa
Angela (que não aparece nas fotos porque não gosta!), minha filha
Isabela, meu cunhado
Aurério e sua esposa
Leni.
A ida foi tranquila apesar do mar de través (com ondas pegando o barco por um dos lados). Nesta situação o barco fica balançando de um lado para o outro, tornando as coisas muito desconfortáveis.
A
Leni logo se sentiu mal com aquele balanço. Ela teve que aguentar o enjoo por mais de uma hora até chegarmos ao largo da Ilha do Mar Virado. Depois que ficamos no abrigo da Ilha o mar ficou mais amigável.
Chegamos ao
Bonete depois de duas horas de navegação desde a
saída do Saco da Ribeira.
Eu não fazia ideia como seria as condições para ancoragem no local.
A praia é de areia grossa e com poucas ondas (pelo menos do lado leste). Existem lá algumas pequenas casas e barracões de pescadores. Me surpreendi com algumas casas
chiques de fronte o mar. Sinal da ocupação proletária dos melhores recantos do litoral de
SP.
Alguns moradores ganham a vida com o turismo, hospedando turistas de finais de semana em
campings e
pousadinhas. Esses turistas chegam caminhando pela trilha ou pelas pequenas lanchas que alguns dos moradores fretam para o leva e trás da praia da
Lagoinha.
Caminhamos pelas
vielas da comunidade até encontrar a Prof. Ana Rosa. Por ser final de semana e início da temporada, ela estava trabalhando em um pequeno bar no interior da vila.
Ana Rosa nos indicou quais eram as casas que moravam as crianças que tínhamos que encontrar. A primeira foi uma
família que tinha umas seis crianças. Todas elas são alunos do escola da comunidade.
Entregamos os
kits de presentes e alguns sucos e bolinhos.
Também doamos uma cesta básica bem caprichada para esta família. Foi um indicação da Prof. Ana, que esta seria uma das famílias muito carentes da comunidade.
Em outra casa encontramos mais
três crianças. Uma delas não era da comunidade, estava lá passando o final de semana. Como tínhamos os
kits contados para as crianças da comunidade, prometi para a menina de fora, que iria até o barco para buscar um
presentinho para ela. Quando fomos para o barco no final de tudo, ela foi atrás para ver se eu realmente iria dar o presente. Voltei e cumpri minha promessa.
Foi uma pena não ter conseguido distribuir os presentes antes do Natal, pois seria na escola. Além disso, eu seria o Papai
Noel!
A
Angela e a
Isabelinha ficaram no barco. A
Leni desembarcou pois estava mareada.
Não conseguimos encontrar algumas crianças, pois estavam dispersas pela vila. Então a professora Ana
recebeu os presentes para distribuir depois.
Quando nós estávamos retornando de bote para o barco, vi a
Angela acenando desesperada e tentando falar algo para mim. Fiquei assustado porque deixei ela fazendo a comida da
Isabela. Naquele momento achei que algo havia acontecido com o fogão. Quem sabe seria um incêndio!
A distância da praia até o barco era grande e eu carregava a
Leni no bote. O Aurélio vinha
nadando com o colete salva-vidas.
Remei o mais rápido que podia, mas o vento estava forte e contra. Acabei quebrando o remo e fiquei apenas com o cabo de plástico nas mãos.
Não
conseguíamos entender o que a
Angela tanto tentava dizer. E cada vez eu me desesperava mais. Naquele momento já estava convencido que era um incêndio no barco.
Pedi a Aurélio que nadasse e pegasse o pá do remo que ficou a deriva. Ele tentava nadar com um só braço e no outro segurava o remo. Se não fosse o meu desespero eu teria morrido de rir com aquele "nado sincronizado" dele.
Quando chegamos perto do barco entendi o que a
Angela queria dizer:
-
Anda logo que estou com muito calor aqui no barco!!
Que raiva que deu!!!
Depois disto deu para tirar um
sarro do Nado Sincronizado do Aurélio. Estava lindo, girando de um lado e para outro!
Quando deixamos a Praia do
Bonete, tínhamos um forte vento leste contra. O mar cresceu bastante e ainda estávamos protegidos pela Ilha do Mar Virado.
Depois que passamos a Ilha e com o rumo desfavorável que me obrigava a navegar pegando as ondas de lado, tive que levantar uma das velas para estabilizar o barco.
A
Leni ficou com medo. Eu estava adorando aquela velejada com ondas. Não havia risco significante, apenas o desconforto do mexe-mexe.
Cheguei satisfeito na poita do Tukurá. Tudo correu bem. Afinal não foi um incêndio!
Obrigado a todos os colegas que contribuíram com esta ação.
Bons Ventos a todos!!