sábado, 4 de dezembro de 2010

Ação e Diversão - Porto do Meio - Ilha dos Búzios

04/12/10 - Ilha dos Búzios


Amigos

Deus conspirou ao nosso favor!

Tudo aconteceu perfeitamente certo neste final de semana.
Depois de duas semanas corridas, pelo compromisso de comprar e preparar os kits de brinquedos e de organizar e transportar as cestas até a Ilhabela, conseguimos realizar a nossa primeira Ação de Natal no litoral norte de SP.
Contrariando a previsão meteorológica para o final de semana, tivemos dois dias perfeitos para a nevegação e desembarque na Ilha dos Búzios. Isto me preocupava muito pois o desembarque só é possível com boas condições do mar.
Esta ilha fica localizada a 35 Km de Ubatuba uns 15 Km da Ilhabela. Lá vivem cerca de 90 pessoas, morando em duas comunidades, Porto do Meio e Guanchumas. São pessoas simples, que vivem da pesca, do artesanato e da lavoura de subsistência.
Encotramos lá, gente de valores e de bons costumes, que vivem da natureza. Encontramos também crianças lindas e saudáveis, porém um pouco introvertidas. Talvez pela falta de costume de receber pessoas de fora como nós.
Zarpamos do do Saco da Ribeira em Ubatuba na manhã do sábado. Levamos cerca de 4,5 horas para fazer a travessia motorando.
A tripulação foi formada pelo Capitão que vos escreve...
...pelo meu cunhado Fernando e minha irmã Selma...

... e esse cidadão com cara de Papai Noel, meu amigo António Olindo.

Lotamos a cabine de popa com os sacos de presentes. Levamos 44 kits , caixas de suco Kappo, Mini Bolinhos e pirulitos, para as crianças.
As cestas básicas já haviam sido transportadas por uma embarcação maior, que fez o transporte da merenda escolar das comunidades.
Chegamos no ancoradouro de Porto do Meio, por volta do meio dia.
De longe já avistávamos as crianças nos aguardando em uma "sacada" comunitária.
Pelo rádio VHF recebi as instruções da Dona Ditinha, uma líder natural da comunidade. Ela mandou um rapaz para nos ajudar na descarga das coisas, com uma embarcação a remo chama de chatinha

Enquanto isso nosso amigo Tonhão se transformou no Papai Noel.
A baldeação do Papai Noel do Tukurá para a chatinha foi a primeira amostra do desafio que o Noel iria enfrentar. Posso dizer agora que foi engraçado, pois não aconteceu nenhum acidente. Mas as cenas que assisti do Tonhão pulando naquele barquinho a remo, com os seus 150 Km, foi muito hilário.

Nosso barqueiro teve que botar força total nos braços para levar o Noel.
Não posso esquecer do sorriso encabulado que ele levava no rosto, quando viu sua chatinha com a proa empinada pelo peso do Noel que estava sentado bem atrás do barco.

O Noel foi chegando e acenando para todos que nos esperavam.

A recepção no primeiro momento foi uma mistura de vergonha com curiosidade. Algumas crianças, como as gêmeas, logo foram abraçando o Noel. Outras, só ficaram de longe olhando.

Após um desembarque tenso, mas certeiro, começamos a escada morro acima. O primeiro ponto seria a casa do Pastor. Ou melhor a ex-casa do Pastor. è um local onde as pessoas da comunidade se reúnem. A casa está desocupada, mas serve como base para os visitantes, que vão a ilha para os cultos na Igreja Evangélica Congregação de Deus

Tem uma espécie de sacada que tem uma vista privilegiada do mar.

O calor estava intenso. Dentro da roupa do Noel devia estar uns 90 graus!
O Noel saiu atrás das pessoas para comprimentá-las. Aos poucos os mais tímidos foram chegando e se divertindo.
Este é o barqueiro que teve que suar dobrado com o Noel a bordo.

Não escapou ninguém sem levar um abraço do Noel. Mesmos os mais tímidos.

Esta é a Prof. Neide, que me ajudou na organização da ação.
Excelente pessoa! Uma linda história de vida!

Algumas crianças são muito tímidas, mas não deixaram de participar.

É dificil descrever a sensação prazeroza e carinhosa que o Tonhão tem, quando ele se doa nos finais de ano, para esta função de Papai Noel. Ele inúmeras vezes falou das boas experiências que vem tendo com este gesto de generosidade e de amor. Seja com crianças, com adultos ou com os idosos.
Quem sabe esta imagem ilustre um pouco o que eu quero dizer.

A bela paisagem ao fundo e a nosso foto com o morador mais velho da ilha. OBS: No fundinho o Tukurá ancorado!

Distribuímos todas as cestas desta comunidade na sacada da casa do Pastor.





Alguns moradores não vieram receber suas cestas. Muitos estavam pescando. Outros porque moravam longe.

Depois da entrega das cestas, continuamos escalado o morro, até chegar na escola do Porto do Meio.

Uma trilha pesada e difícil. Não há escadas nem pavimento. É necessário caminhar sobre as pedras, raízes de árvores e em trilhas de terra.

Eu fui acompanhando o Noel. Fui na verdade enchendo o saco dele.
Eu não percebi que estava sendo chato de tanto perguntar: - Tá tudo bem? Quer parar? E ai? Dá prá aguertar? Se quiser dá uma parada! Descansa...


No meio do caminho a situação parecia grave. O Noel estava fadigado. Eu comecei a me preocupar e temer que ele passasse mal. Não sei se foi exagero meu, mas na minha cabeça algo grave poderia acontecer. Como faríamos para socorrer um hominho de 150Kg no meio da mata?

Me perguntei várias vezes se eu não tinha errado em propor uma coisa dessas para o meu amigo. Será que eu não coloquei ele numa roubada?

As gêmeas voltaram para dar um apoio ao Noel. Acho que funcionou. Animou ele para as pernadas finais até a escola.

Um descanso merecido para todos.

A escola foi muito bem arrumada pela Prof. Neide. Havia enfeites de Natal, feitos com as coisas da naturez e objetos disponíveis, tais como: - papeis desenhados e recortados, ganhos secos enfeitados como árvore de Natal... Ou seja, tudo simples mas bonito, preparado com carinho para nos receber e presentear as crianças da comunidade.
Parabéns Prof. Neide!
Servimos os sucos e lanchinhos.


Pena que não havia geladeira para gelar os suquinhos! Lá não tem energia elétrica. Apenas algumas poucas casas possuem um gerador para uso durante a noite.


Depois, foram distribuidos os presentes. Todos os kits foram identificados com os nomes. Fomos chamando um a um.

Nem o mais tímido da comunidade escapou do abraço e da foto com o Papai Noel.










Olha só! Eu preciso suar muito mais camisas na vida, para chegar perto do exemplo desta mulher, Prof. Neide!

Ganhei alguns presentes feitos pelas crianças. Um trabalho muito bonito feito de bambú e materiais alternativos.
Os presentes foram dedicados a minha filha Isabela.
Fiquei emocionado! Tentei encodeu minhas lágrimas com meu óculos escuro. Que me conhece sabe o quanto sou chorão!
Todos na foto! Menos o Fernando, nosso fotógrafo.

Foi mutio gratificante e recompensador ter tido esta experiênica com as pessoas de lá.
Mutio obrigado por terem nos recebido, por terem compartilhado um pouco da vida de vocês e por terem nos dado este carinho.
Gostaria de agradecer em especial a Dona Ditinha, que nos ajudou muito.

Deus abençoe todos vocês.

Bons Ventos e Bons Peixes!

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